Chegar aos 60 anos é cruzar uma fronteira que, mais do que marcar o tempo, revela a força da experiência. É um momento em que o corpo pede mais cuidado, e o prazer de viver bem se torna o verdadeiro objetivo. Nesse cenário, a alimentação saudável assume papel fundamental: ela é o combustível que mantém o organismo ativo, a mente desperta e o espírito em equilíbrio. Comer bem é muito mais do que nutrir o corpo — é investir em qualidade de vida e autonomia para os próximos capítulos da jornada.

O cenário brasileiro do envelhecimento e da alimentação

O Brasil está envelhecendo rapidamente. Em 2000, o país tinha cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Segundo o IBGE, esse número deve chegar a 75 milhões até 2070. Com o aumento da expectativa de vida, cresce também a importância de se falar sobre como estamos envelhecendo — e não apenas quanto estamos vivendo.

Pesquisas nacionais mostram que metade dos idosos brasileiros já tem bons hábitos alimentares, consumindo frutas, verduras, feijão e leite diariamente. No entanto, uma parcela ainda significativa da população mantém o consumo de produtos ultraprocessados, ricos em sal, gordura e açúcar. Esses alimentos, quando ingeridos com frequência, aumentam o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e até declínio cognitivo.

Ao mesmo tempo, a desnutrição ainda é uma realidade silenciosa entre os mais velhos: entre 2000 e 2021, mais de 90 mil idosos morreram no Brasil por causas relacionadas à falta de nutrientes, segundo levantamento do Ministério da Saúde. Os números reforçam um alerta: comer bem não é apenas uma escolha, mas uma forma de preservar a saúde, a vitalidade e a própria independência.

Transformar o prato, transformar a vida

Mudar a alimentação é, acima de tudo, um gesto de autocuidado. Reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e aumentar o de opções naturais — como frutas, legumes, verduras e grãos integrais — traz benefícios que vão muito além da balança. A geriatra Polianna Souza explica que uma dieta equilibrada ajuda a prevenir doenças crônicas, fortalece o sistema imunológico e mantém a autonomia física:

“A prática da atividade física, associada a uma alimentação balanceada, previne doenças cardiovasculares, demência e alguns tipos de câncer. Além disso, esses hábitos promovem independência e qualidade de vida ao longo do envelhecimento.”

Quando o cardápio é colorido e variado, o corpo agradece. Vitaminas, fibras e minerais agem como aliados naturais na manutenção da energia e da disposição. Comer bem também contribui para o bom funcionamento do intestino, melhora o humor e reduz o cansaço — fatores que impactam diretamente a autoestima e a sociabilidade do idoso.

Histórias que inspiram: resultados na prática

Em Florianópolis (SC), um grupo comunitário de idosos decidiu adotar uma rotina alimentar mais saudável. Em apenas dois anos, os participantes apresentaram menos casos de hipertensão, melhor controle de peso e, o mais importante, maior autonomia nas atividades diárias. O segredo? Um cardápio rico em alimentos naturais e refeições preparadas coletivamente, que também se tornaram momentos de convivência e troca de experiências.

Já a brasiliense Analucilia Duarte, de 60 anos, é outro exemplo de como pequenas mudanças podem gerar grandes resultados.

“Eu tenho uma rotina tranquila, faço pilates, caminhadas e evito bebidas alcoólicas. Cuido da alimentação, priorizo frutas e legumes. Isso me traz bem-estar. Fiz 60 anos e me sinto muito saudável”, conta ela.

Casos como o de Analucilia reforçam o que a ciência vem dizendo: envelhecer bem é possível — e a comida pode ser uma grande aliada.

Como começar: passos simples que mudam o futuro

Adotar uma alimentação saudável não exige mudanças radicais. Comece devagar. Acrescente uma fruta nova por dia, reduza os alimentos fritos, experimente temperos naturais como alho, cebola, ervas e limão. Planeje suas compras, evite o consumo por impulso e leia os rótulos dos produtos. Quanto menos ingredientes artificiais, melhor.

Também é essencial manter a hidratação. Água, sucos naturais e chás ajudam o corpo a funcionar bem, favorecendo o metabolismo, a digestão e a saúde da pele.

O segredo está na constância. Pequenas escolhas diárias — como optar por uma salada colorida no almoço ou um lanche natural à tarde — constroem grandes resultados com o tempo.

Alimentar-se bem é viver melhor

A alimentação é uma poderosa ferramenta de prevenção, mas também de prazer. Comer de forma saudável é redescobrir sabores, resgatar tradições e valorizar o próprio corpo. Para quem está chegando aos 60+, cuidar do que vai ao prato é uma maneira de dizer sim à vida, de forma leve, consciente e com propósito.

Mais do que uma recomendação médica, é um convite para viver plenamente, com energia, disposição e alegria — todos os dias.

Uma produção especial do programa Inclusão em Foco da Mega Rádio em parceria com Engenhar Construtora — projetando e construindo com inovação e qualidade, também na saúde e no bem-estar de quem tem muito para viver ainda.