O Brasil vive um momento histórico: nunca tivemos tantos idosos e, ao mesmo tempo, tantas discussões sobre como garantir que essa etapa da vida seja marcada por saúde, dignidade e qualidade. O envelhecimento da população é um fenômeno crescente, que exige não apenas políticas públicas eficazes, mas também mudanças nos hábitos individuais e no olhar da sociedade sobre o idoso.

Para refletir sobre o tema, o Programa Inclusão em Foco recebeu o médico Thomaz de Barros Laranjeira, especialista em clínica médica, médico do tráfego e pós-graduado em geriatria. Com 14 anos de atuação em Vitória da Conquista e região, o geriatra tem se dedicado a promover saúde e bem-estar, defendendo que “viver mais” deve significar também “viver melhor”.

Cuidados essenciais para um envelhecimento saudável

Segundo o especialista, o envelhecimento saudável depende de um conjunto de cuidados físicos, mentais e sociais. Ele destaca a prática regular de exercícios aeróbicos, como caminhada, bicicleta ou hidroginástica, e também atividades de fortalecimento muscular, fundamentais para preservar massa magra, fortalecer ossos e prevenir quedas.

“É preciso manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes, fibras e proteínas magras, além de hidratar-se com frequência, já que muitos idosos não sentem sede. O sono de qualidade, a estimulação cognitiva com leituras, jogos de raciocínio e aprendizado de novas habilidades também fazem parte desse processo”, explicou Dr. Thomaz.

Respeito e valorização da autonomia

Outro ponto abordado foi a importância de respeitar os idosos e evitar atitudes que os infantilizem. Para o médico, tratá-los com diminutivos ou desconsiderar sua opinião pode transmitir a ideia de incapacidade.
“É essencial preservar a autonomia, chamar o idoso pelo nome, valorizar suas histórias e conquistas, respeitar seu ritmo e estimular sua participação nas decisões familiares. Isso ajuda a manter a dignidade e reduz o risco de isolamento social e depressão”, afirmou.

Esquecimento: quando se preocupar?

O geriatra também explicou como diferenciar o esquecimento natural do envelhecimento dos sinais de demências, como o Alzheimer.
“As alterações leves de memória e atenção fazem parte do envelhecer. O que preocupa é quando o idoso começa a ter dificuldade em realizar tarefas do dia a dia, apresenta confusão mental, troca de palavras, mudanças bruscas de comportamento ou toma decisões incoerentes, como gastos excessivos”, alertou.

Atividade social e saúde mental

Além do corpo, a mente também precisa ser cuidada. Dr. Thomaz ressaltou que atividades sociais e prazerosas são fundamentais para o bem-estar psicológico.
“Participar de grupos religiosos ou comunitários, manter contato com familiares, praticar jardinagem, dança, pintura, ou até aprender algo novo são formas eficazes de fortalecer a saúde mental. O idoso precisa sentir-se útil, valorizado e ter um propósito de vida”, disse.

A mensagem final

Para o geriatra, a longevidade deve ser construída diariamente, com hábitos saudáveis e relações significativas.
“Envelhecer é natural. O que precisamos é cuidar do corpo, da mente e das relações sociais para que essa etapa seja vivida com autonomia, vitalidade e prazer”, concluiu.

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