Exercícios para cada fase da vida: como manter a mobilidade após os 60

O aumento da expectativa de vida é uma das grandes conquistas da sociedade moderna. Mas, como lembra o personal trainer e especialista em fisiologia do exercício Leonardo Pereira Santos, viver mais também exige cuidar da qualidade desses anos a mais. “Nós vamos passar dos 60 anos. A questão é: de que forma você gostaria de passar o resto da sua vida? Pegando o neto no colo, carregando as compras, ativo – ou acamado, dependente de medicação e de terceiros?”, provoca o especialista.
Segundo ele, a prática regular de exercícios físicos após os 60 anos é um dos pilares para garantir independência e bem-estar. O motivo é simples: a partir dessa idade, há perda natural de massa magra e massa óssea, o que aumenta o risco de quedas, fraturas e limitações funcionais. “O exercício físico é um estímulo essencial para preservar a força muscular, manter a mobilidade e evitar acidentes que podem levar a complicações graves”, explica.
Sedentarismo é Risco Silencioso
Ficar parado, por outro lado, cobra um preço alto. Leonardo alerta que o sedentarismo favorece doenças crônicas como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares, além de elevar o risco de AVC e infarto. “Quando o idoso é fisicamente ativo, as chances de queda diminuem bastante e o controle medicamentoso é mais eficiente”, ressalta.
Caminhada Ajuda, Mas Não Basta
Muita gente acredita que caminhar todos os dias é suficiente. Mas o especialista explica que a caminhada deve ser associada a exercícios de força, como a musculação. “O idoso precisa de força para tarefas simples do dia a dia, como levantar-se de uma cadeira. A musculação é a modalidade que mais trabalha isso de forma eficaz”, diz.
Ele recomenda ainda a hidroginástica e a natação como opções seguras para melhorar o condicionamento cardiovascular, além do pilates, que ajuda a manter a flexibilidade e alivia dores crônicas. Para quem busca equilíbrio mental e físico, a yoga também é bem-vinda – mesmo para quem nunca praticou antes.
Acompanhamento é Fundamental
Antes de iniciar qualquer prática, Leonardo reforça a importância do acompanhamento médico e de um profissional de educação física. “É o profissional que vai avaliar, prescrever e ajustar o treino conforme o idoso evolui, reduzindo o risco de lesões e tornando o processo mais motivador”, afirma.
Escute o Corpo
Outro ponto destacado por Leonardo é prestar atenção aos sinais do corpo. “Se o exercício começa a causar dor, é hora de rever o planejamento. A atividade física deve ser funcional e terapêutica, e não algo que provoque sofrimento”, orienta.
Motivação é Qualidade de Vida
Para quem nunca se exercitou, Leonardo garante: sempre é tempo de começar. “O fator motivador é a qualidade de vida. Atividade física é o que vai permitir que você continue vivendo de forma ativa, com autonomia e disposição”, finaliza.
Por Júnior Patente