Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência: data de reflexão e reafirmação pela inclusão

arte: SINPRO DF
Ontem, 21 de setembro, o Brasil celebrou o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, uma data que vai além da comemoração: é um marco de conscientização, resistência e mobilização social. Oficializado em 2005 pela Lei nº 11.133, o dia é celebrado desde 1982 por iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas com Deficiência (MDPD) e carrega forte simbolismo por sua proximidade com a primavera, representando renovação, nascimento e esperança.
A data reforça a importância da luta contra o capacitismo e pela consolidação de direitos humanos fundamentais, uma trajetória que ganhou visibilidade mundial com a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 e que segue sendo ampliada por conquistas políticas e sociais.
De acordo com o IBGE, mais de 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência — quase um quarto da população. Esse número evidencia a urgência de políticas públicas que assegurem acessibilidade, educação de qualidade, oportunidades no mercado de trabalho e participação política. Nos últimos anos, avanços importantes foram conquistados, sobretudo na educação e no acesso às universidades e ao ensino técnico. Entretanto, os desafios permanecem: a exclusão cotidiana, as barreiras físicas e sociais e a escassez de diretrizes que garantam inclusão efetiva ainda marcam a realidade.
Para ativistas e pessoas com deficiência, o dia 21 de setembro é também um chamado à sociedade para romper preconceitos, combater violências interseccionais — como capacitismo, racismo, sexismo e lgbtfobia — e construir espaços mais democráticos e igualitários. Como lembrou Renata Santos, servidora pública e cadeirante, “a semente da inclusão tem sido regada com muito suor e determinação por aqueles que nela acreditam. Tenho o prazer de participar dessa luta”.
Mais do que uma data no calendário, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é um convite à ação contínua. É tempo de refletir, dialogar e fortalecer movimentos que assegurem cidadania plena, para que inclusão e acessibilidade não sejam privilégios, mas direitos garantidos.