Apesar da queda nos índices, Bahia segue entre os estados e cidades mais violentos do país
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 e da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) indicam que, embora a Bahia tenha registrado uma redução de 7,3% nas mortes violentas intencionais no primeiro semestre de 2025, o estado continua entre os mais violentos do Brasil. O balanço considera homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
Em Salvador, a queda foi de 16,6% no comparativo entre os primeiros semestres de 2024 e 2025. Foram contabilizadas 398 ocorrências este ano, frente às 477 no mesmo período do ano anterior. Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a redução foi de 8,4%. No interior do estado, o recuo foi de 4,1%.
Apesar da diminuição, oito cidades baianas ainda figuram entre as 20 mais violentas do país, segundo o ranking nacional de 2024 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Camaçari aparece na 4ª posição, com taxa de 74,8 mortes violentas por 100 mil habitantes. Jequié e Juazeiro, ambas também na Bahia, ocupam respectivamente o 2º (77,6) e o 3º lugares (76,2). Simões Filho (7º), Feira de Santana (10º), Porto Seguro (14º), Ilhéus (19º) e Salvador (20º) completam a lista.
O Anuário aponta que o Brasil teve, em 2024, a menor taxa de Mortes Violentas Intencionais (MVI) desde 2012, com 20,8 por 100 mil habitantes — uma redução de 5,4% em relação ao ano anterior. No entanto, o relatório reforça que a violência letal no país se mantém concentrada nas regiões Norte e Nordeste. Amapá (45,1) e Bahia (40,6) lideram o ranking dos estados com maiores taxas de MVI em 2024.
As Mortes Violentas Intencionais incluem homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes decorrentes de intervenção policial. Os dados indicam uma queda nacional, mas também revelam desigualdades regionais: enquanto o Sudeste (13,3 por 100 mil) e o Sul (14,6) apresentam as menores taxas, o Nordeste (33,8) e o Norte (27,7) concentram os índices mais elevados.
Segundo o levantamento, todas as dez cidades com maiores taxas de MVI estão na região Nordeste. A violência nessas localidades é atribuída, em parte, à disputa entre facções pelo controle do tráfico de drogas.