No palco, Analu Sampaio é livre como uma criança se divertindo e descobrindo a vida

Analu durante a sua apresentação. Foto: Danilo Souza
  • Danilo Souza
  • Atualizado: 21/07/2025, 10:13h

Alô, alô, marcianos! Essa tal “mini-Elis Regina” deve ser coisa aí de Marte, porque do Planeta Terra ela não é. Assim começo este texto sobre a apresentação de Analu Sampaio, na noite deste sábado (19), no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, que foi bem mais do que só um tributo a uma das maiores cantoras da Música Popular Brasileira. 

A gente se sente mais à vontade em casa, não é, Analu? Pelo show, a resposta é sim! Ela pulou, dançou, brincou e chorou, da mesma forma que faz uma criança quando está descobrindo a vida e a liberdade. Figura pública há mais de uma década, quando fez sua estreia nacional, aos cinco anos, no programa Raul Gil, a artista tem uma vida que se entrelaça com a arte desde quando se entende por gente.

Sobre isso, numa gentil entrevista após sua apresentação, ela me contou: 

“Eu acho que música, pra mim, é um lugar de muito amor, de muito carinho. E eu acho que na infância é o momento que a gente tá mais puro, que a gente tá livre de qualquer vergonha, de qualquer medo, de qualquer tabu. A gente fala o que a gente pensa, a gente fala o que a gente quer. Eu acho que no palco eu faço isso, eu canto o que eu penso, eu falo o que eu penso, eu danço como eu quero."

Danilo Souza e Analu Sampaio. Foto: Produção/Analu

A apresentação da cantora conquistense hoje foi como alguém brincando e se divertindo no quintal de casa naquele sábado ou domingo em que se tem a companhia do avô, avó, pai, mãe e dá vontade de ficar ali para sempre. A família é como um ninho que traz segurança para um passarinho que ousou voar alto e foi muito além no céu. 

Não é exagero usar a frase clichê “de Vitória da Conquista para o mundo” quando se trata da Analu. Agora, sua base é a cidade de São Paulo, a tal “cidade grande” que todos que desejam realizar um sonho devem ir em algum momento. De lá, a cantora partiu para o Festival de MPB e Jazz de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e o Festival de Jazz de Sant Andreu, na Espanha. 

Ela pode se apresentar por aí em todo o mundo, mas em casa sempre vai ser diferente. E isso não sou eu quem estou dizendo, e sim o público, que esgotou os ingressos dias antes do esperado e até mesmo foi necessário abrir uma sessão extra para cumprir a demanda. 

O show por si só já seria especial por conta da homenagem a Elis Regina e os seus oitenta anos, mas, claro, cabia espaço para uma surpresa no repertório. Com a canção autoral “Casa”, composta para o show em sua cidade natal, Analu se mostrou sensível ao valorizar os momentos e as pessoas que a fizeram chegar onde está agora, além de admitir que sente saudade do que ficou por aqui.

Por falar do trabalho autoral, também deu tempo de ouvir algumas faixas do seu disco de estreia, o “ANALU”, publicado no ano passado e indicado ao Grammy Latino, quando a artista tinha somente 16 anos. No meio da MPB e do Jazz do repertório de Elis Regina, se encaixou o “Samba Sem Refrão” da jovem conquistense.

E aí eu volto para o início do texto – para fazer jus a todos esses paralelos sobre voltar para casa. Por qual motivo a apresentação dela "foi bem mais do que só um tributo para uma das maiores cantoras da Música Popular Brasileira", como afirmei no primeiro parágrafo? É simples: apesar de ser considerada a "nova Elis Regina", o que é um título super positivo e honroso, acho que o que nós estamos vendo mesmo é a consolidação da primeira Analu Sampaio, que não precisa ser uma versão atualizada de nenhuma outra artista do passado para ter reconhecimento. 

Talvez o segredo para ir tão longe é justamente não esquecer de onde veio e quem se é. Esperamos te ver por aqui outras vezes, Analu. Volte quando quiser!

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