Nesta quinta-feira (10), a Prefeitura de Vitória da Conquista deu mais um passo importante no enfrentamento à dengue. Em uma ação conjunta entre a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o Instituto de Saúde e Ação Social (Isas) e o Ministério da Saúde, foram assinados contratos e entregues novos equipamentos para os técnicos que atuam no campo no combate ao mosquito Aedes aegypti.

A novidade inclui bicicletas elétricas, que facilitarão o deslocamento dos profissionais pela cidade, e kits de Equipamento de Proteção Individual (EPIs), com capacete, colete, crachá e outros itens essenciais para a segurança e identificação dos técnicos durante o trabalho.

Além dos equipamentos, os profissionais passaram por uma capacitação específica para utilizar novas tecnologias de monitoramento e controle do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Entre as inovações apresentadas estão duas armadilhas com papel fundamental no combate à proliferação do Aedes aegypti.

Tecnologia a favor da saúde

A primeira delas é a Pneutrap, um dispositivo com aparência de pneu que serve para monitorar e interromper o ciclo reprodutivo do mosquito. A armadilha atrai as fêmeas, coleta seus ovos e elimina as larvas antes que se tornem mosquitos adultos. Um dos principais diferenciais da Pneutrap é que ela pode permanecer mais tempo em campo sem se tornar um foco de proliferação.

Já a In2Care, armadilha desenvolvida na Holanda, vai além do monitoramento: ela controla a disseminação do mosquito. A fêmea do Aedes é atraída por feromônios até um recipiente que contém larvicida e fungos. Ao depositar os ovos, o inseto entra em contato com essas substâncias e as carrega para outros criadouros próximos, contaminando novos focos num raio de até 400 metros.

Essas tecnologias se somam às ações já realizadas no município e permitem a coleta de dados mais precisos, com base em relatórios semanais, mapas de calor e gráficos. Tudo será monitorado em tempo real por uma central de controle montada na sede da Coordenação de Endemias, o que facilitará a tomada de decisões e o redirecionamento das ações de combate.

Foco nos bairros com mais casos

A implantação das armadilhas começa já nesta sexta-feira (11), priorizando os bairros com maior índice de infestação. Segundo o coordenador de Endemias do município, Renato Freitas, o trabalho será detalhado e contínuo. “Os técnicos vão distribuir as armadilhas nas residências e fazer a leitura dos dados, como a contagem de ovos, para entendermos onde há maior atividade do mosquito e agirmos com mais precisão”, explicou.

O projeto também capacitou os agentes comunitários de saúde, que passaram a integrar a estratégia de enfrentamento desde o mês de junho. As tecnologias, inclusive, foram utilizadas durante a campanha “São João sem Dengue”, com resultados positivos.

Controle, informação e prevenção

Para Alex Correia, coordenador geral do projeto, as novas ferramentas representam uma virada de chave no controle da dengue. “Temos uma armadilha que monitora e outra que controla. Ambas são conectadas a um sistema de gestão inteligente que registra localização, dados de campo, resultados e avaliações semanais. Isso tudo fortalece o combate e gera dados importantes para a gestão pública”, explicou.

Guilherme Alves, um dos técnicos instaladores capacitados para o projeto, acredita que a iniciativa vai trazer resultados ainda mais positivos. “Ano passado, os testes já mostraram bons resultados. Agora, com mais equipamentos e estrutura, esperamos ampliar esse impacto e proteger melhor a população”, afirmou.

Com essa nova etapa, Vitória da Conquista reforça seu compromisso com a saúde pública e aposta na inovação para enfrentar um dos maiores desafios epidemiológicos do país: o combate à dengue.

Com informações da SECOM