Em um cenário de tradição e glória, onde cada golpe carrega séculos de história, a baiana Juliany Brito escreveu seu nome entre os melhores do mundo. A atleta de Vitória da Conquista subiu ao pódio do 7º Campeonato Mundial de Muay Thai, realizado na Tailândia, berço da modalidade, e trouxe para casa a medalha de bronze – um feito que enche de orgulho não apenas sua cidade, mas todo o Brasil.

Com técnica apurada, resistência física e uma determinação inabalável, Juliany enfrentou lutadores de diversos países, mostrando que o Muay Thai brasileiro tem força para competir no mais alto nível. Sua conquista não é apenas uma vitória pessoal, mas um marco para o esporte na Bahia, que vem revelando talentos de destaque internacional.

Da Terra do Axé ao Templo das Artes Marciais: A Jornada de Juliany

Nascida e criada em Vitória da Conquista, Juliany Brito descobriu no Muay Thai muito mais que um esporte – encontrou uma filosofia de vida. Sua trajetória começou nos tatames locais, onde a disciplina e a garra logo a destacaram. Treinos exaustivos, dietas rigorosas e uma mente focada foram essenciais para chegar ao Mundial.

Em um vídeo emocionado enviado da Tailândia, a atleta agradeceu aos apoiadores, especialmente ao Projeto Cultural Quintas de Maio, liderado por Vadinho Barreto, que tem sido fundamental no fomento ao esporte e à cultura na região.

“Estou muito feliz por essa conquista. Representar Vitória da Conquista, a Bahia e o Brasil aqui na Tailândia é algo que levarei para a vida inteira. Agradeço a todos que acreditaram em mim, especialmente aos meus apoiadores, que foram essenciais nessa caminhada”, declarou Juliany.

Enquanto Juliany Brito celebra sua medalha, é impossível não mergulhar na história fascinante do Muay Thai. Nascido no século XVI, na Tailândia, o esporte era usado como técnica de guerra e depois se transformou em uma arte marcial ritualística, com danças de respeito (Wai Kru) e músicas tradicionais (Sarama) que antecedem as lutas.

Hoje, o Muay Thai é um dos esportes de combate mais praticados no mundo, e o Brasil tem se destacado como um dos principais celeiros de talentos. A vitória de Juliany reforça esse crescimento, mostrando que, com estrutura e incentivo, atletas brasileiros podem brilhar no cenário global.

A medalha de Juliany não é apenas um troféu – é um símbolo de inspiração. Projetos como o Quintas de Maio provam que o esporte pode transformar vidas e revelar campeões mesmo em cidades do interior.

Especialistas acreditam que, com mais investimento, o Brasil pode se tornar uma potência no Muay Thai, assim como já é no Jiu-Jitsu e no MMA. A inclusão da modalidade em eventos como os Jogos Olímpicos é um sonho que parece cada vez mais próximo.

Juliany Brito não apenas conquistou o bronze – ela plantou uma semente. Sua história prova que, com força de vontade e apoio, é possível vencer até nos palcos mais desafiadores.

E enquanto ela comemora sua vitória, uma nova geração de lutadores baianos já olha para ela e pensa:

“Um dia, também estarei lá.”